top of page

Estimulação Precoce

  • Foto do escritor: Dra. Kellen Ribeiro Silva
    Dra. Kellen Ribeiro Silva
  • 5 de mai. de 2020
  • 5 min de leitura

Atualizado: 9 de mai. de 2020

Atividades e recursos que buscam alcançar o pleno desenvolvimento da criança.


Fonte: Freepik


O termo estimulação precoce significa o conjunto de atividades e de recursos humanos e ambientais incentivadores que são destinados a proporcionar à criança, nos seus primeiros anos de vida, experiências significativas para alcançar o pleno desenvolvimento no seu processo evolutivo(1).


O termo reabilitação implica na recuperação dos indivíduos ao maior nível físico, psicológico e de adaptação social possível. Isso inclui todas as medidas que pretendem reduzir o impacto da inabilidade e condições de desvantagem e permitir que as pessoas deficientes atinjam uma integração social ótima (2) (3).

Desta forma o termo estimulação pode ser relacionado à promoção do desenvolvimento da criança, a ser realizado pela mãe e pela escola e não só em um centro especializado.


Baseado em pesquisas de neurociência que vem enfatizando a importância da genética e a influência do ambiente (entorno) na organização da estrutura psíquica do indivíduo, o nosso principal objetivo é facilitar o desenvolvimento harmonioso de todas as funções do sistema nervoso, seja ela uma criança normal ou com desenvolvimento anormal devido um atraso maturacional ou por lesão em sistema nervoso (4).

Embora o bebê, por fatores hereditários, tenha tendência a desenvolver determinados comportamentos, eles passarão a ser modulados pela intervenção dos primeiros cuidados (pai/mãe) desde os momentos mais precoces da vida (teoria da epigenética (5)). O curso clínico da criança se modifica tanto pela recuperação espontânea das funções cerebrais quanto pela continuidade de mudanças próprias do desenvolvimento.

O modo como os vínculos são estabelecidos determinará a “formatação” neurobiológica cerebral, com a consequente organização das redes circuitárias neuronais, como se fossem aprendizados sucessivos, interdependentes e de complexidade crescente, de tal forma que o mais complexo necessitará da boa organização do mais simples para a sua adequada instalação. Servirão como alicerces seguros para o desenvolvimento integral do indivíduo e mais especialmente para a sua progressiva maturidade emocional.

Dentro de uma visão holística e transdisciplinar, voltada para o atendimento materno-infantil, o principal objetivo é habilitar funções ainda não adquiridas, potencializando o desenvolvimento e funcionamento normal do indivíduo, além de prevenir potenciais déficits em crianças com fatores de risco e “recuperar” aquelas que já apresentam déficits ou que necessitem de adaptações.

A criança é capaz de modificar seu ambiente e é o centro de suas próprias experiências e da sua aprendizagem. É um Ser em desenvolvimento, o qual pode ser potencializado pelos estímulos que recebe.

Os programas de estimulação precoce baseiam-se na teoria da neuroplasticidade neuronal e no fato dela ser mais acentuada nos primeiros anos de vida, assim sendo, o desenvolvimento da criança pode (e deve) ser otimizada pelo diagnóstico precoce, baseado no conhecimento dos fatores de risco iniciando desta forma, o mais precocemente a estimulação.

Quanto menor o tempo para iniciar programa maior será o aproveitamento da plasticidade cerebral, e menores as alterações no desenvolvimento da criança(7),(8).

É importante destacar que a presença de fatores de risco não implica sempre em evolução desfavorável (7) .


Podemos definir risco como "a maior possibilidade que um indivíduo ou grupo de pessoas tem de sofrer no futuro um dano em sua saúde", e fatores de risco como "características ou circunstâncias pessoais, ambientais ou sociais dos indivíduos ou grupos associados com um aumento dessa possibilidade" (6).

Muito mais que adaptar e habilitar, reabilitar ou estimular, a função que se encontra afetada, o centro de atenção integrada materno infantil em conjunto com familiares e educadores, tem que ter como visão a inserção do individuo na sociedade de maneira integral, além de diminuir os preconceitos aumentando a acessibilidade. (Silva, K.R.-2009).



Conceitos Universais

Inteligência


Podemos dizer que é a capacidade que um determinado individuo tem de (9):


  • Resolver problemas (soluções diferentes para a mesma questão )

  • Criar produtos aceitos (conhecimento e ação – novo significado)

  • Realizar ações que o fazem feliz.


Estimulação Precoce


Ferramenta para favorecer o desenvolvimento

Intervêm nos sentidos, percepção e o prazer da exploração

Desenvolver a inteligência.


Facilitador


O desenvolvimento humano é entendido com multidimensional(11) , ao expor a criança a situações por meio de atividades sensório-motoras para que ela experencie e desenvolva suas habilidades aumentando a capacidade de criar e modificar o seu meio, esta atividade se torna um facilitador.

São cinco as áreas de desenvolvimento:


  • Motor

  • Linguagem

  • Sensorial (visão/tato/audição/olfato/ gustação)

  • Social

  • Educacional


Todas elas ficam guardadas em nossa memória, que é estimulada pelas nossas experiências e sofrem influência do fator biológico interno (5). Elas depois irão determinar nossa ‘inteligência’.


Neuroplasticidade – refere-se à capacidade do nosso cérebro:


  • mudar conexões em resposta a demanda interna e/ou externa;

  • em adquirir novas funções – em mudar e ‘aprender’

É quando o cérebro ‘cresce’ e tem inicio na 6ª semana gestacional(12).


O ciclo neuroplástico é um conjunto de mecanismos que ocorrem ao longo da vida e são responsáveis pelas mudanças das etapas neuro-evolutivas, aprendizado hábil motor atém de possibilitar a interação do indivíduo com o meio.

Tem que estar pronto no 9º mês quando o bebê nasce(12)..


Migração neuronal – Teorias


  • ramificações das glias radiais (irradiação glial)

  • afinidades químicas que ocorrem pela especialização de um teor neuroquímico


No primeiro ano de vida os sistemas básicos motor e sensorial, são mielinizados fazendo a integração com os demais sistemas.

No decorrer do desenvolvimento aquilo que não é importante ou não é necessário é podado- fazendo com que a ação principal seja acessada mais rapidamente ( ex: o andar – fica mais linear e fluido e com o tempo correr sem cair) .


Estimular desde cedo o olfato e o paladar


  • sabonetes / perfumes

  • cheiros das frutas e alimentos

  • estimular o paladar variado para que depois a criança aceite os diversos alimentos

mudanças da texturas.


Estimular a visão

cores variadas

contraste de cores

objetos de formas variadas e tamanhos

esconde – esconde, esconder objetos



BIBLIOGRAFIA

1    1- BRASIL. Ministério da Educação e Cultura/ Secretaria de Educação Especial. Diretrizes educacionais sobre estimulação precoce: o portador de necessidades especiais , Brasília: a Secretaria, MEC/SEESP, 1995.

2    2- OMS, 1980 in apud Abrisqueta-Gomez e Santos, 2006

3    3- ABRISQUETA-GOMES, Jaqueline & DOS SANTOS, Flávia Heloísa. Reabilitação Neuropsicológica da Teoria à Prática. São Paulo: ARTES MÉDICAS, 2006.

4    4- BRANDÃO J. S. Bases do tratamento por estimulação precoce da paralisia cerebral. São Paulo: Memnon Edições Científicas, 1992.

5    5- G. Piaget, genetic epistemology, Columbia Universlty Press, 1970

6    6- Sarue HE, Bertoni N, Diaz AG, Serrano CV. O conceito de risco e a programação dos cuidados à saúde: manual básico de aprendizagem inicial. Montevidéu: Centro Latino-Americano de Perinatologia e Desenvolvimento Humano CLAP; 1984. (Publicação Científica nº 1007).

7    7- Rosa Resegue1, Rosana Fiorini Puccini2, Edina Mariko Koga da Silva3, Fatores De Risco Associados A Alterações No Desenvolvimento Da Criança, PEDIATRIA (SÃO PAULO) 2007;29(2):117-128

8    8- Hernández-Muela S, Mulas F, Mattos L. Plasticidad neuronal funcional. Rev Neurol 2004;38(1 Supl):58-68.

9    9- Marilena Chaui, convite a filosofia , editora ática, 14ª Ed. 2012, cap5, pag 198-202.

1    10- Abordagem maturacionista: Histórico e contribuições; Marcus Vinicius M. Moraes, Elaine P. Raniero, Eloísa Tudela, Janaína Real de Moraes, Paula Bortolin, Juliana G. Martins.  Universidade Regional de Blumenau (FURB)ISSN: 1982-4866

1    11- Gesell A. A criança de 0 a 5 anos. São Paulo: Martins Fontes 2003

1    12- Prematuridade: desenvolvimento neurológico: avaliação e tratamento/ Maria do Céu Pereira Gonçalves, Rio de Janeiro: Reinventer, 2012.

1    13- Intervenção precoce com bebês de risco / Cibelle K. Formiga, Elizete S. Pedrazzani, Eloisa Tudella. São Paulo: Editora Atheneu, 2010 Esse BLOG foi criado com fins didático e educativo. Em nenhum momento deve ser utilizado para diagnóstico ou tratamento de doenças neurológicas da infância. Sempre que houver dúvidas consulte seu médico. As indicações, reações adversas e as relações de dosagem para as drogas citadas aqui podem sofrer alterações, uma vez que a medicina encontra-se em constante evolução. As informações e imagens contidas no site não poderão ser utilizadas parcialmente ou em sua totalidade sem autorização dos responsáveis.




Comentarios


Assine a nossa newsletter

Obrigado por enviar!

© 2020 por Design2MKT

bottom of page